Eu uma recente reunião do grupo de mediunidade pedagógica (saiba mais sobre o grupo aqui), conversamos sobre formas de aumentar a experiência de imersão de um espírito em sua vida passada ao conversarmos como ele. Em geral, espíritos com agendas específicas estão fixados em um determinado acontecimento, fazendo com que percam temporariamente a capacidade de olhar para os outros e para si mesmos de forma empática. Sentimentos de ódio, vingança, ciúmes, são manifestações agudas do egoísmo, e quando alimentados por muito tempo, vão endurecendo e limitando a capacidade de perceber a realidade.
Diante de um espírito agressivo, acusador, arrogante, já sabemos que qualquer fala que o diminua, como por exemplo, chama-lo de pecador, caído, listar seus erros e crimes, ou vitimizar aqueles que ele persegue, apenas tem como efeito o aumento do ódio que o espírito sente, reforçando a noção distorcida que ele tem de justiça. A abordagem terapêutica para casos assim é exatamente o oposto disso.
Direcionamos então a intervenção para um angulo mais aberto, perguntando sobre o sentido existencial, sobre onde estão agora aqueles com quem ele teve laços fortes de afeto. Muitas vezes essas memórias (que podem ou não ser de outras existências) não estão claras, já que a mente do espírito está imantada a um único acontecimento ou objetivo. Para que ele possa reviver tal experiência e se sensibilizar com ela, é preciso suporte vibratório de todos os que participam do grupo, compreensão e empatia por parte daquele que fala com o espírito, mas principalmente, que a conversa conduza a memória desse espírito para uma imersão profunda. E é aí que entram os diferentes sentidos.
Indagar sobre sons e cheiros e sensações táteis, ajudam o espírito a colocar toda sua atenção no quadro que a memória apresenta, trazendo à tona sentimentos vívidos. Perceber a diferença entre a condição na qual ele se encontra no presente e a que ele viveu no passado é suficiente para balançar suas convicções, e abrir a porta para um novo capítulo. Considerando que qualquer espírito, mesmo os mais endurecidos, têm momentos passados de amor e de aconchego. É a esses momentos que podemos apelar para fazê-lo voltar a si.
O mais interessante de experiências como essa do grupo de Mediunidade Pedagógica é perceber que, se trocarmos a relação entre espírito e doutrinador pela relação educador e educando, ou pais e filhos, ou ser humano e seu próximo, a lógica da interação é exatamente a mesma. Empatia, suporte vibratório (também conhecido como AMOR), disposição para o diálogo sem julgamentos, são a porta para aprendermos. E uma experiência de imersão, onde usamos todos os nossos sentidos e vivenciamos nossas potencialidades de forma significativa, são as ferramentas que solidificam a vontade apontada para a evolução.
Mauricio Zanolini