O grupo Mediunidade Pedagógica existe desde 2009. A proposta desse grupo surgiu como um pedido de ex-alunos da pós de Pedagogia Espírita, turma 2, diante da demanda da prática mediúnica, que não era absorvida nos centros espíritas tradicionais.
A ideia inicial era reunir pessoas com a experiência de uma reflexão sobre a mediunidade deflagrada pela pós. Com a participação dos médiuns experientes, Dora Incontri e Roberto Colombo, o grupo iniciaria suas atividades nos moldes das reuniões de Allan Kardec, descritas na Revista Espírita.
Assim se deu e, passados 7 anos, o grupo permanece ativo apesar das constantes mudanças de rumo e da mudança de membros.
Acreditamos que as experiências vivenciadas nesse grupo podem servir de norte para pessoas descontentes com as práticas tradicionais e para aquelas que desejam formar grupos que não estejam vinculados aos Centros Espíritas.
Características do Grupo de Mediunidade Pedagógica:
- Pré-requisitos para participação:
alunos ou ex-alunos da pós de Pedagogia Espírita; ser adolescente. (Atualmente o grupo está fechado para receber novos membros, pois o espaço físico não comporta maior número de pessoas e também porque devemos evitar que um grupo inche demasiado. Kardec sempre dizia que grupos pequenos e homogêneos trabalham melhor.)
- Da prática:
- Não há hierarquia nas funções desempenhadas durante a reunião.
- O tempo da reunião é dividido entre estudo da doutrina e a reunião mediúnica propriamente dita.
- Comunicações de espíritos elevados, desobsessão, diálogo com espíritos, psicografias e psicofonias fazem parte das atividades e acontecem de acordo com a vontade dos espíritos e de acordo com os casos trazidos para vibração e prece no grupo.
- Ao longo da reunião há a checagem das impressões e a análise crítica diante dos fenômenos citados acima. Não é aceito o que simplesmente um médium percebe. Procura-se cruzar as informações de diferentes médiuns.
- Dos objetivos:
- Promover o desenvolvimento mediúnico dos participantes que apresentam sensibilidade;
- Discutir e estudar o caráter dos fenômenos e suas implicações na vida do médium,
- Fazer um rodízio de funções, respeitando as características individuais. Ex: coordenador dos trabalhos, médium receptor, doutrinador (preferimos usar outros termos, como o que conversa com os Espíritos, eclarecedor…), grupo de suporte, passistas, etc.
- Registrar as práticas do grupo, assim como arquivar as mensagens recebidas ao longo das reuniões como possíveis dados para pesquisa.
- Justificativa:
A necessidade dos participantes serem ex-alunos da pós se dá pelo conhecimento prévio e crítico do espiritismo.
Adolescentes são mais que bem-vindos por serem excluídos das práticas dos centros e por acreditarmos que a mediunidade latente não pode ficar no aguardo, até que dezenas de cursos sejam feitos, para que se possa iniciar o desenvolvimento propriamente dito.
Frutos colhidos ao longo dos anos.
No terceiro Congresso de Pedagogia Espírita, promovido pela ABPE, foi apresentado artigo científico referente a essa prática e foi muito bem recebido pelo público que participou do evento.
A sala cheia e o grande número de perguntas dirigidas à mesa revelou um grande interesse nessa proposta, que se distingue por proporcionar um desenvolvimento mediúnico individual, assistido por médiuns experientes, com o caráter de retomada da mediunidade autêntica, sem misticismo ou calcada em grandes gurus ou médiuns centralizadores.
Outra conquista interessante foi a mesa redonda de discussões sobre essa prática, com a presença do grande amigo e educador polonês Przemek Grzybowski, que relatou semelhantes experiências desenvolvidas por ele em seu país, também seguindo o método de Kardec. Nesse evento, Clóvis Alves Portes também falou do movimento espírita de Cuba e suas reuniões mediúnicas.
Essa reunião foi gravada e faz parte do acervo da ABPE.
Com o passar do tempo e a pedidos de interessados em participar do grupo, viu-se a necessidade de serem criados outros grupos com a mesma proposta , da mediunidade pedagógica, porém que atendesse a uma nova demanda. Atualmente há um outro grupo, que ainda tem membros do primeiro, mas que uma vez por mês recebe jovens observadores, jovens que participam de centros espíritas, mas que não podem participar das reuniões mediúnicas.
Nesse caso especificamente , além da proposta inicial, entendemos que a convivência com os fenômenos, pode ajudar a surgir uma nova geração de espíritas atuantes que poderão pressionar os dirigentes dessas casas, pleiteando o direito dos jovens ou até mesmo, fazer surgir novas células de estudo e de práticas espíritas e mediúnicas diferentes dos centros tradicionais.
Para saber mais, clique aqui para acessar o artigo, escrito por mim e pela Regina Bonança, que foi apresentado no 3º Congresso Brasileiro de Pedagogia Espírita (página 192 do PDF).
Claudia Mota
Feliz em saber dessas práticas. Vivemos esta experiência na extinta Escola Evolução durante 18 anos: preparando médiuns fora da casa espirita, submetendo casos de alunos da escola à assistência pedagógica da Espiritualidade, formando vínculo com educadores do Invisível Havia uma versão da escola do outro lado), conversando com estudantes encarnados durante seu período de sono (principalmente estudantes especiais) e abrindo para os adolescentes o estudo e s pratica mediúnica sem mitos.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Oi Jurandir! Bom ler seu relato!
Queremos mais escritos sobre a Escola Evolução. É um projeto que tem que ser mais conhecido e divulgado para inspirar novas iniciativas similares. Esse blog e o site da ABPE estão abertos para isso!
Abs!
CurtirCurtir
Muito interessante!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Por que este curso só está disponível para adolescentes?
CurtirCurtir
Olá Sheilla. Essa prática mediúnica que desenvolvemos não é um curso. É uma vivência conduzida por alguns ex-alunos oriundos do curso de pós graduação em Pedagogia Espírita (da ABPE em parceria com a Uiversidade Livre Pampédia), e que tem como diretriz incluir a participação de adolescentes. Estamos divulgando essa prática para que mais pessoas conheçam esse trabalho e se inspirem.
CurtirCurtido por 1 pessoa
Gostei muito do exposto no artigo. Para mim a prática mediúnica é valioso recurso de autoconhecimento, além de profundamente pedagógica pela observação na prática dos resultados de como a vida foi vivida.
Através da interação com os comunicantes podemos nos perceber com mais clareza, identificando núcleos inconscientes dos quais eles também se fazem representantes.
Estamos nos encaminhando para algo desse tipo nos grupos de treinamento de autoconhecimento.
Muito sucesso em sua jornadas.
Abraços
CurtirCurtir
Pingback: Mediunidade Pedagógica – o caso da imersão multissensorial | Blog da ABPE
Interessante!
CurtirCurtir
Pingback: O espiritismo que queremos… | Blog da ABPE
Pingback: A importância das lembranças sensoriais nas intervenções mediúnicas | Blog da ABPE