A cidade de Petrópolis, na Região Serrana do RJ, sediou, no início de maio de 2024, a primeira edição do Festival Literário Internacional de Petrópolis (Flipetrópolis), que lotou os jardins do Palácio de Cristal, um dos pontos turísticos mais bonitos da Cidade Imperial.
De 1 a 5 de maio, um público ávido por informação, cultura e debates de cunho progressista compareceu em massa, não deixando vazios os auditórios montados para a ocasião, muito menos a livraria, que permaneceu lotada por todo o evento. Isso sem falar nas longas filas que o público enfrentou para conseguir um autógrafo dos escritores convidados, que foram muitos e de significativa importância. Falo de nomes como Jefferson Tenório, vencedor do Prêmio Jabuti 2021 pelo incensado “O avesso da pele”; Conceição Evaristo, primeira mulher negra a fazer parte da Academia Brasileira de Letras (ABL) e uma das mais festejadas intelectuais da atualidade; João Cândido Portinari, engenheiro, filho do famoso pintor homônimo e autor do elogiado “Arquitetura e urbanismo – Comunicação e artes”; Rosiska Darcy de Oliveira, igualmente imortal da ABL e conhecida na luta pelos direitos das mulheres e pela liberdade de expressão, entre outras frentes; Itamar Vieira Júnior, geógrafo e autor do aclamado e muito premiado romance “Torto arado”; Ana Maria Machado, ativista social desde os tempos da ditadura e festejada escritora com obras voltadas tanto para o público adulto como para o infanto-juvenil; Ailton Krenak, que além de poeta e escritor, é uma das maiores lideranças indígenas do país e foi recém-empossado na ABL; André Trigueiro, respeitado jornalista e ativista ambiental e autor de livros como “Viver é a melhor opção”, “Mundo sustentável”, “Cidades e soluções – como construir uma sociedade sustentável”… Também marcaram presença os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso e Carmem Lúcia, que falaram sobre direitos humanos, liberdade de expressão, defesa do Estado Democrático de Direito, entre outros tópicos que precisam ser abordados neste Brasil que ora vivemos. Conduzindo os debates, jornalistas como Sérgio Abranches, Flávia Oliveira, Jamil Chade e Miriam Leitão. Houve também a programação infanto-juvenil em homenagem à escritora Sylvia Orthoff, apresentações musicais, batalhas de rimas e de slam, bem como debates com escritores locais e internacionais, como a ruandesa Scholastique Mukasonga, convidada especial. Scholastique é a única sobrevivente de uma família que foi toda dizimada quando do genocídio em Ruanda, em 1994. Ela pertence à minoria tutsi. Uma mulher que tem muito a dizer, escrever e denunciar. Um exemplo de vida e resistência por meio da literatura
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