
“Oi, amigo. Lamento, mas não estou lendo esse tipo de material.”
Estava começando a pensar de onde partiria para escrever este artigo quando recebi a mensagem acima transcrita, vinda de uma pessoa espírita conhecida minha. Havia enviado para ela e muitos outros amigos de ideal alguns textos criticando a homenagem que o médium e tribuno baiano Divaldo Pereira Franco recebeu do atual presidente da República, Jair Bolsonaro. Divaldo, no início de julho de 2022, foi agraciado com uma comenda em honra ao trabalho social por ele desenvolvido.
Eu e muitos outros companheiros de doutrina espírita (sim, somos muitos) jamais aceitaríamos algo semelhante vindo de um presidente que é pródigo em desrespeitar a vida com declarações escancaradamente machistas, homofóbicas, racistas e misóginas. Um presidente que tem, como ídolo, um torturador; vive fazendo ‘arminha’ com as mãos e, por tabela, incentiva a população a andar armada. Um presidente cuja postura violenta abriu a porteira para desmatamentos, garimpo ilegal, assassinato da população negra, truculência policial, feminicídios e perseguição aos povos originários. Um presidente, por fim, que, ao negar a ciência, atrasou o início da vacinação contra a Covid (o que poderia ter evitado milhares de mortes), declarou não ser coveiro quando questionado sobre o alto índice de óbitos e, suprema crueldade, imitou um paciente com falta de ar à época em que a cidade de Manaus, um dos epicentros da pandemia, sofria com a falta de oxigênio.
A doutrina espírita, organizada e divulgada por Allan Kardec em meados do Século XIX, na França, explica os ensinamentos de Jesus à luz da imortalidade da alma. Isso abre um leque enorme de conhecimento e de responsabilidades para quem estuda e divulga o espiritismo. Afinal, por meio dele, sabemos que somos espíritos imortais presos temporariamente a um corpo material e que reencarnaremos na Terra quantas vezes for necessário. Motivos: desenvolvermos potencialidades, acertarmos as contas com eventuais desafetos de vidas passadas, superarmos imperfeições e, por conseguinte, ajudarmos no progresso dos nossos irmãos em humanidade e também no do planeta. Isso significa lutarmos para sermos pessoas melhores, bem como sermos participativos no que tange à construção de uma sociedade onde haja trabalho, saúde, educação, moradia e salários dignos para todos, independentemente de sexo, etnia, orientação sexual, classe social ou credo religioso. Estou falando de justiça social ampla, geral e irrestrita. Sem ela, estaremos, reencarnação após reencarnação, às voltas com as mazelas de sempre, principalmente se insistirmos em repetir padrões comportamentais que já deveriam estar superados. Daí o espanto de muitos espiritas ao verem um dos mais badalados representantes do espiritismo no país aceitando ser homenageado por um governante cuja conduta está em total desacordo com o que Jesus e Kardec preconizam.
Divaldo Pereira Franco está na casa dos 90 anos. Vem de uma época em que a doutrina espírita conquistou grande número de adeptos graças a médiuns como ele, Yvonne Pereira, José Raul Teixeira e, principalmente, Chico Xavier. Adeptos, em sua grande maioria, vindos da classe média, e por motivos como perda de um ente querido, problemas pessoais, desavenças familiares e perturbações de ordem mediúnica. Gente que encontrou no espiritismo alívio para as dores e explicações lógicas e consoladoras para as questões que os afligiam. Creio que está na hora de esta gente bronzeada se conscientizar que é preciso dar um passo além e debater sobre as questões sociais e políticas que fazem do nosso país um dos mais injustos do mundo.
Tais convertidos, vamos assim dizer, eram, até então, em sua maioria, católicos, assim como haviam sido católicas as pessoas que, à época, eram porta-vozes da doutrina trazida por Allan Kardec. Como nação catequizada por jesuítas portugueses, trazemos na nossa conduta, atavicamente, sem percebermos, um catolicismo popular e conservador. Isso acabou influenciando na forma tupiniquim de praticar a doutrina espírita. Resultado: o que temos até hoje é um movimento espírita conservador e moralista, pouco afeito a debater ideias progressistas e refratário a temas tidos como polêmicos. Entre eles, política, homossexualidade, racismo e aborto sob a ótica de acolher e proteger a mulher que foi vítima de estupro ou está em situação de vulnerabilidade social. Um movimento espírita que prefere se limitar à reforma que cada indivíduo deve realizar em seu mundo íntimo para viver melhor consigo e com parentes, amigos e colegas de trabalho, mas se esquece de ampliar a questão para as profundas reformas sociais pelas quais o Brasil e o mundo precisam passar para que todos tenham “vida em abundância”, conforme diz o Evangelho de João, cap. 10, versículo 10.
Divaldo acaba sendo – até mesmo sem perceber – a personificação desse espiritismo que, ao não se aprofundar em assuntos de ordem social e política, perpetua o machismo, o racismo estrutural, a homofobia, as injustiças sociais, o risível medo de comunismo (embora o mesmo tenha vindo abaixo em 1989, com a queda do Muro de Berlim) e o receio que muita gente possui de viver num mundo mais igualitário. Pois é; falamos tanto sobre mundo de regeneração; mas, no fundo, morremos de medo dele. Santo paradoxo!
O movimento espírita federativo – seja em âmbito municipal, estadual ou federal – prefere, pelo visto, se manter isento a opinar sobre as já citadas questões sociais. Como exemplo, cito a decepção que um amigo sofreu ao navegar pelos sites e redes sociais das citadas federativas e não encontrar uma palavra de solidariedade às famílias dos então 500 mil mortos pelo coronavírus. Idem quando o atual governo afrontou solenemente a ciência com posturas abertamente negacionistas. A doutrina espírita possui um tríplice aspecto: ciência, filosofia e religião. O movimento espírita deveria, por essa razão, se pronunciar em defesa da ciência. Nada! Ibidem quando várias comunidades religiosas se manifestaram recentemente para defender a lisura do próximo pleito eleitoral. Silêncio total do órgão federativo espírita de nível nacional. O mesmo se dá com relação aos ataques que os templos de religião de matriz africana vêm sofrendo de evangélicos fundamentalistas e também aos assassinatos de jovens negros e pobres, de membros da comunidade LGBTQIA+, de ativistas ambientais e de indígenas. Como diz a mensagem que transcrevo no início, muitos espíritas preferem ignorar determinados assuntos, talvez para não se comprometerem ou por receio de macularem a pureza doutrinária, como se o espiritismo existisse somente para tratar de assuntos das nuvens para cima. Ou então porque são pobres em cultura geral e utilizam o espiritismo para esconder as próprias limitações. Ou simplesmente por julgarem que supostas lideranças espíritas são intocáveis e imaculadas. Afinal, devido ao atavismo católico, muitos espíritas deixaram de ser devotos de santos para sê-lo de médiuns, palestrantes ou espíritos desencarnados. Bobagem! Todos eles são seres em evolução e em aprendizado, assim como nós.
Divaldo Pereira Franco é, portanto, fruto de uma construção social que, ao se esquivar de falar sobre política e outros temas, contribui para que a classe média que compõe o movimento espírita fique na média do que é a classe média brasileira, ou seja, inculta, reacionária, ranzinza, hipócrita, moralista, temerosa do comunismo e avessa ao progresso social, já que o mesmo implica em ascensão das classes que adoramos manter subalternas para limpar nosso chão, recolher nosso lixo, fazer nossa comida e lavar nosso banheiro.
A literatura espírita é vasta e seus profitentes, os que mais leem. No entanto, ninguém é culto só porque lê livros espíritas. Ganharíamos muito se estudássemos assuntos como sociologia, teoria política, semiologia e antropologia à luz da doutrina espírita. Se o fizéssemos, decerto um candidato bem mais capaz estaria, hoje, presidindo a nação. A meu ver, de nada adianta ficarmos maravilhados ante as minudências do além-túmulo que os livros espíritas evidenciam se, na vida civil, repetimos, com o nosso voto e a nossa mentalidade, comportamentos sociais escravagistas, opressores e injustos que, há décadas, nos infelicitam. Para mim, o espiritismo existe para ajudarmos a transformar a Terra num lugar bacana para todos, e não para nos tornarmos catedráticos em vida espiritual, mediunidade e afins enquanto o couro come do lado de fora do centro espírita e nós fingimos que nada temos a ver com fome, violência, miséria, preconceito ou aquecimento global, porque a verdadeira vida é a espiritual.
E mesmo quando algum figurão espírita se pronuncia a respeito de algum destes temas, geralmente o faz de forma evasiva. Ou então, evoca a questão cármica para dizer que todos os problemas que estamos enfrentando são resultado de maldades que praticamos em vidas passadas. Raramente alguém tem a coragem de dizer que a questão é mais política que cármica. Com isso, o debate se restringe a uma fraternidade rasa, que não passa da esfera íntima ou do convívio doméstico. Daí para apoiarem uma criatura despreparada ou mal intencionada que seja candidata a cargo público é um pulo.
Felizmente – e principalmente de 2016 para cá –, vários espíritas sedentos de justiça social e insatisfeitos com a dinâmica dos centros espíritas convencionais passaram e se articular pelas redes sociais. Com isso, surgiram vários coletivos, nos quais o debate é politizado e vai fundo em assuntos tidos como tabus pela banda conservadora. Isso mostra que, com o tempo, retóricas como as de Divaldo e congêneres ficarão cada vez mais datadas, abrindo espaço para um movimento espírita plural, dialogando abertamente sobre as questões que visem à diminuição ou até à solução das injustiças sociais seculares que tanto têm massacrado o Brasil.
Marcelo Teixeira






Parabéns pelo texto lúcido, atual e necessário!!!
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Parabéns pelo texto coerente, crítico, reflexivo e necessário!
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Um fariseu a cara de medalhas, isso é, e sempre foi o Sr. Divaldo, que não representa a Doutrina.
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SEM PALAVRAS….. Parabéns pela excelente análise.
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Parece que há um certo temor em pronunciar qualquer pensamento, ou opinião, acerca de Divaldo, endeusado no meio espírita! Não que ele não tenha méritos em sua jornada, mas como que tenha se tornado alguém inquestionável! Um dogma divino até… muito obrigada pelas suas colocações! Abraço fraterno!
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Muito bom o texto
Felizmente existem espíritas ampliando a visão de evolução que não pode ser definida apenas no campo individual pois nós construímos a sociedade que vai comportar o mundo de regeneração
E não há mudança de comportamento pra quem tem fome, já conceituou Maslow
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Excelente artigo, caro Marcelo.
Comungo de tuas ideias e só agradeço.
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Texto Lamentável e deselegante e profunda falta de conhecimento de o que é ser espírita. Está é sua razão, mas lhe faltou sentimento e benevolência. Uma boa leitura:
O livro dos espíritos
O evangelho segundo o espiritismo
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Vai estudar irmão além dos livros as 300 revistas espíritas
Divaldo é um medium metido a semideus.
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Oh, Clóvis! O teu comentário é tão verdadeiro quanto os cabelos negros do Divaldo.
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Amei este artigo! Me vejo hj cada vez mais distante do espiritismo devido a esta questão da falsa moral que “não discute política” e acha que basta distribuir sopa aos pobres uma vez por semana e ler o Evangelho segundo o Espiritismo! Não gosto do Divaldo! Na verdade não suporto Divaldo e sua santidade medíocre! Me senti contemplada! Gratidão!
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O texto é sensato! Acredito que ler apenas as obras espiritas lhhe faz um espirita verdadeiro! Sabichão!
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Perfeito. A FEB deveria se posicionar sobre cada tema elencado. Divaldo, infelizmente, fez mais um desserviço ao Movimento Espírita. Espero que, em breve futuro, essas coisas mudem no Movimento Espírita Brasileiro. Cabe a cada um de nós, espíritas construirmos essa mudança. Há algumas décadas, não se falava de Arte no Movimento Espírita. Hoje, está na Orientação ao Centro Espírita. Trabalho de formiguinha. Mas, esse panorama vai mudar.
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Mas a FEB jamais vai se pronunciar, pq eles pensam igual! Infelizmente! Bando de gente com a cabeça muito atrasada, q só levam o espiritismo pro poço!
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Parabéns, excelente, toda verdade do (lamentável) movimento espírita.
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Concordo com algumas idéias trabalhadas em seu texto, mas vejo premissas falsas em alguns raciocínios. Não que o Divaldo esteja acima de quem quer que seja ou que suas condutas sejam todas inquetionáveis, mas uma homenagem infeliz aceita feita por um presidente de atitudes reprováveis não ofusca em nada a obra social e caritativa encabeçada por Divaldo Franco.
Ele fez mais pelo social do que a imensa maioria da classe política. Sua obra impacta, positivamente, ao longo de sua história a vida de inúmeras pessoas. É inquestionavelmente, um construtor do bem. Diferente dos pensadores em frente uma tela ou sociologistas, antropólogos e políticos cheios de idéias e vazios de atitude. Sua obra e o bem que fez e faz são seus melhores advogados.
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[‘Sociologistas’ (o correto é SOCIÓLOGOS), antropólogos e políticos]… Parece-me que você tem algum problema com as Ciências Sociais…
Além disso, fale POR VOCÊ ao afirmar que Divaldo é INQUESTIONAVELMENTE um construtor do bem. Muitos colegas espíritas, há muito tempo, questionam-se sobre as reais motivações das suas obras… Caridade por orgulho não é caridade. E, considerando o apoio que Divaldo vem mostrando aos setores conservadores reacionários da sociedade, suas obras acabam sendo manchadas por isso, sim. Sempre há algum efeito colateral.
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É preciso alargar os horizontes e pensar a religião como sua finalidade primeira: religare! Obras caritativas devem ser substituídas por políticas públicas. Isso deve incomodar muito espírita (que pensa como Divaldo) por aí!
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Fazer caridade é preciso em se tratando de necessidades a curto prazo, lutar por políticas sociais é de extrema importância, pois é o caminho para os necessitados de caridade de hoje, sejam livres no futuro!!! Simples assim
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Divaldo é um reacionário SIM, e as obras que ele psicografou não são de autoria dele! Ele simplesmente escolheu o conservadorismo e tem dado sinais claros do lado obscuro que escolheu! Provavelmente esqueceu do conteúdo que psicografou. Livre arbítrio!!
Só não ver quem não quer!
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Excelente texto. Vale frefletir muito sobre ele. Eu quando em 2018 ouvi espíritas temendo o Kitgay, o retorno do comunismo e crentes de que a Damaris vinha pra proteger a família, pensei: Tá tudo perdido. É muita ignorância !!!
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Parabéns Rosa! Esse temor é falta de estudo; pessoas preguiçosas, sanguessugas.
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Excelente explanação!! Dou até um suspiro de alívio. Ver alguém que também faz parte dos intelectuais espíritas (digo, entre os estudiosos, conhecedores da doutrina), falando abertamente sobre a hipocrisia que também venho presenciando no meio espírita. Vir a público com uma postura condizente com o que ensina a doutrina codificada por Kardec e tão divulgada, mas que na prática, não aceita a realidade onde é preciso saber respeitar, acolher e auxiliar o próximo, principalmente os menos favorecidos! 🙏👏👏
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Num mundo de provas e expiações esse Presidente esta dentro contexto, não esquecendo que outros candidatos tem as mesmas características, mas com outra roupagem.
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Está dentro do contexto como revelação de como devemos ter o cuidado de escolhas; usemos então os três critérios de Sócrates; VERDADE, bondade e utilidade, esses critérios ampliará nosso discernimento.
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Perfeito! Primorosa análise do comportamento dos atuais Espíritas Kardecistas. Fui por 10 anos adepta dessa religião, e o que vivi foi exatamente isso, discursos conservadores, indiferença às mazelas sociais, por acharem que os que sofrem são merecedores das provações, etc. Continuo admiradora do nosso querido Chico Xavier, ao qual tenho como modelo do verdadeiro amor cristão.
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Perfeito! Primorosa análise do comportamento dos atuais Espíritas Kardecistas. Fui por 10 anos adepta dessa religião, e o que vivi foi exatamente isso, discursos conservadores, indiferença às mazelas sociais, por acharem que os que sofrem são merecedores das provações, etc. Continuo admiradora do nosso querido Chico Xavier, que foi um dos maiores praticantes do verdadeiro amor cristão.
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Marcelo, você escreveu com imensa clareza tudo o que eu tenho refletido sobre o assunto. Parabéns!
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Que este senhor é a cara do Movimento Espírita, disso não temos dúvidas, e de alguns espíritas também.. Só nao é, e nem nunca será da Doutrina Espírita.
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Eu também não aceitaria.
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Concordo com o posicionamento dessa visão de mundo, sinto-me mais confortável em saber que há um grupo bem posicionado quanto às grandes questões que afligem o ser e a coletividade. É motivo de preocupação a falta de cuidado do Divaldo ao assunto político. Certa vez em palestra, ele subiu o morro e fez convite à um “chefe de gang” na esperança de clarear a falsa ideia do crime. Anos depois vi que esse personagem desistiu da proposta. O que aconteceu depois fiquei sem saber. Foi o Bolsonaro pelas vias da POLITICALHA que procurou o Divaldo. Isso é o vale tudo em desespero. O comunismo como conheço está a caminho. Vai demorar. Estamos em vias de evolução nesse meio tempo vamos dispor nossa posição em contexto.
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Perfeito!
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Que texto, parabéns!!!. Obrigada, não estou só.
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Assistam a última palestra do Divaldo em Santa Maria-RS, aquela palestra resumiu tudo.
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Marcelo que belo texto
Escreveu com sabedoria objetividade e muita clareza
Impecável.
França e eu tivemos uma aproximacao com Divaldo e ele no decorrer de sua vida mudou muito e isso nos deixou decepcionados
Que pena
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Só tenho a agradecer porque só li verdades. Triste ver tantos espíritas tão reacionários, hipócritas e falando em Jesus em suas palestras.
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Excelente texto.
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O nosso presidente é oportunista! Não tem nada de cristão….
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… não se esqueçam que Chico Xavier defendeu os governos da ditadura militar, basta procurarem no YOUTUBE por “Chico Xavier e a ditadura militar” … triste e lamentável, impossível alguém defender a Doutrina Espírita e ao mesmo tempo estar ao lado de torturadores! https://www.youtube.com/watch?v=98Y4ibD_XZ0&ab_channel=ELIASGOMESDASILVA
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Concordo plenamente com suas colocações. Eu mesmo pude sentir esse preconceito com temas tidos por polêmicos. Escrevi, em 2019, um artigo para uma revista espírita cujo tema era “casamento homoafetivo e doutrina espírita” e se negaram, num primeiro momento, a publica-lo alegando que era um tema polêmico. Parabéns pelo texto.
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Fico tão feliz de ouvir uma voz sensata no meio desse silêncio perturbador da FEB, cê nem imagina. E espero que num futuro não muito distante as pessoas percebam que religião é apenas um condomínio, que a gente tem que fazer da nossa existência material uma vivência espiritual. E o mais importante: que não existe guru nesse caminho. Somos nossos próprios guias.
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Parabéns pelo texto. Equilibrado, sensato, chamando a atenção para pontos que precisam ser reavaliados e superados dentro do movimento espírita.
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Se soubesse me fazer entender como o fez o Sr. Marcelo Teixeira, esse seria meu texto. Perfeito em todos os detalhe. Também fui um frequentador de casas espíritas até o momento que começaram os preparativos do imptimam da presidenta Dilma Rousseff. Eu com meus 68 anos sempre fui muito tolerante com os mediuns líderes. Mesmo sempre sendo progressista , em busca de conforto espiritual, acabava relevando. Mas a gota d’água foi ouvir uma médium relativizar os candidatos que disputariam o segundo turno de 2018. À partir daí não deu mais. Hoje acompanha sempre que possível os espíritas progressistas e a Dora Incontri com certeza. Parabéns pelo texto.
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Excelente texto, com o qual concordo inteiramente.
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Até que enfim um texto lúcido. Realmente o Espiritismo precisa de renovação!
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Excelente!
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Esse pelo texto, reflete sem dúvida uma visão material do que ocorreu nesse período trevoso pela qual passou o Brasil. Porém é de visão restrita e só leva em consideração fatos matérias. Insistindo como outra hora fizeram com o mestre galileu envolver a doutrinária em questões políticas e religiosas. Jesus também se sentou a mesa com pecadores, pois sabia que amanhã ou depois iria resgatar essas criaturas. Agora para quem analisa os fatos isolados, não levando em consideração a lei da Reencarnação, fica sim, com essa visão estreita dos fatos. Se o irmão é espírita cristão de fato, deve rever seus estudos.
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É preciso alargar os horizontes e pensar a religião como sua finalidade primeira: religare! Obras caritativas devem ser substituídas por políticas públicas. Isso deve incomodar muito espírita (que pensa como Divaldo) por aí!
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Acho que vc é que precisa estudar, irmão. E é estudar mesmo e não somente ler um trecho e fazer comentários rasos como normalmente se faz nas casas espíritas. É preciso estudar história do Brasil e fazer o contraponto com a religião que se diz “filosofia, ciência e religião”. Não podemos nos esquecer que política tb é ciência, né? Acho engraçado pq os reles mortais não podem discutir política nas casas espíritas, mas Divaldo (pavão) pode receber medalha de Bolsonero!!!!! GENTE, ANDO TÃO INDIGNADA QUE ME AFASTEI DA CASA ESPÍRITA! NÃO COMPREENDO A POSTURA DOS ESPÍRITOS QUE CONVIVEM COM ESTA MEDIOCRIDADE SEM SE POSICIONAREM!!!! PRA MIM JÁ DEU!!!
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Parabéns pelo texto, Marcelo!
São tantos os trechos a destacar que não consigo citar cada um deles. Assino embaixo de cada linha.
Precisamos combater o Bolsoespiritismo e tudo que ele representa.
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A maioria dos que se dizem Espíritas não Leem os livros de Kardec ou se leem não assimilar os ENSINAMENTOS.
Com relação a Divaldo Franco, sempre admirei seu trabalho social, porém nunca sua postura política. Tudo nele parece contraditório.
Lamentável.
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Hoje pela manhã me posicionei nesta mesma linha de raciocínio, infelizmente este conservadorismo nos levará ao enfraquecimento do movimento espírita.
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Crucifiquem Divaldo!
Mas antes leiam o capítulo 24 – A Ilusão do Discípulo – do livro “Boa Nova”, Chico Xavier pelo espírito Humberto de Campos
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O autor do texto, sem dúvida é um humanista. Compartilho de suas percepções. Mas não posso deixar de assinalar que ele é um pouco incauto em se surpreender – 90% dos espíritas é gente reacionária e grand sem empatia. Grande parte, é um estrato da classe média/alta que só vai ao centro por desencargo de consciência e que de vez ou outra faz alguma iniciativa social para ter um pobrezinho psra chamar de seu.
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Não vejo nada demais no episódio. O Sr. Divaldo apenas foi homenageado pelo presidente do Brasil pelos relevantes serviços sociais. Faz-se necessário separar a função exercida e o homem que venha a ser o Sr. Bolsonaro, evitar o radicalismo. Por querer “partidarizar” a religião, o nosso maior guia espiritual foi traído! Decerto que todos nós estamos em evolução, mas acredito que o Sr. Divaldo está bem a frente de todos nós. Paz e luz!
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Muito bom!!! Muito lúcido!!! Parabéns!!!
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Exatamente assim. Sou espírita e venho percebendo tudo que está escrito nessa mensagem. O que é caridade afinal? Acho que é chegada a hora dessa caridade abraçar a ideia de que só através da política teremos soluções sociais definitivas. Chegar enfim ao planeta de regeneração.
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Texto me representa.
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Divaldo,sempre foi isso daí,se acha uma personagem da casa grande.
Branco, machista e autoritário,morre de medo do comunismo como a Elba Ramalho.Cada qual com o seu fundamentalismo.
Depois que ele beijou as mãos do juiz ladrão Sérgio Moro.
Nada mais me espanta!
Existe um REBANHO muito fiel a bolsonazi,dentre os ditos “espiritas”.😭
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Parabéns !
Esse texto reflete o meu sentimento.
Agradeço de coração !
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Belo texto minha irmã. Descrevesse com muita sabedoria a atual realidade espírita. Quiçá acordemos à tempo de ao chegarmos ao plano espiritual, e mostrarmos as mãos limpas, orgulhosos na nossa vaidade, e a entidade de luz, nos disser com olhar de amor e piedade: sim meu filho, vejo que tuas mãos estão limpas, porém vazias. Volte! E traga as mesmas repletas de obras de amor.
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Há alguns anos, participei de um evento espírita e ouvi silenciosamente o Divaldo. Algo muito intimo sempre me manteve alerta a esse senhor. Nunca consegui explicitar o que era esse algo, mas ficava uma intuição, um leve desconforto. Não se trata de criticar sua obra social, que é um exemplo a todos nós, mas uma vaidade não tão contida que se mostrava abertamente ali. Era um ser humano, não um santo, que estava ali. E tenho chamado a atenção a amigos e outros espíritas que trocar o nome de algo não é suficiente para mudar a relação que temos com esse algo: nós espíritas não temos santos, mas temos espíritos superiores; não temos agia benta, mas água fluidificada; não temos inferno, temos umbral. Trocamos os nomes, mas não a relação que temos com essas coisas. Afinal, que diferença há entre um médium se um escol e um santo se ainda cremos cegamente e sem qualquer criticidade nas coisas ditas por um médium só porque ele é famoso ou porque lida mais ostensivamente com o mundo espiritual? Afinal, tem gente que ainda acha que espírito falou, está falado…fé raciocinada ainda é um sonho longínquo porque exige uma postura crítica e a maioria ainda não tem essa capacidade. Já vi gente de referência no meio espírita dizer que encontrou na codificação uma referência ao uso de cloroquina…pasmem…sem essa criticidade, não tem como ficar gralhando que o espiritismo tem ciência, filosofia e moral…como diz um amigo meu, vamos transformar (se não já fizemos) em mais uma igrejinha, em que Deus coloca seus eleitos (os santos) para falar sem que sejam questionados. Afinal, espírito falou, está falado, né?
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Sou espírita de infância. Tenho 71 anos. Já fundei, dirigi casa espírita e, estiva diversas vezes na direção de Federativa Estadual. Conheço bem essa problemática. Lamentavelmente grande parte do chamado “Movimento Espírita”, se tem limitado a acompanhar viciosamente a princípios direitistas, ignorando nossa responsabilidade enquanto espíritos reencarnados, em propiciar a melhoria moral da humanidade.
Para isso, fundamental que nos preocupemos em propiciar políticas públicas que amparem e incluam aos menos aquinhoados, para os aproximar ainda que minimamente, da média da população do País, e, só a esquerda pode fazer isso, como se tem claro.
Acontece que os Espíritas atuais, ingênuos alguns, despolitizados na maioria, ignorantes naquilo que estudam ou deveriam estudar, muitos, se o fizessem, necessariamente entenderiam que o maior exemplo deixado por Jesus, é a simplicidade, a pureza e a opção pelos mais pobres e carentes de toda ordem. Jesus não viveu entre os “poderosos”, nem exaltou a riqueza, ao contrário disso sempre pregou a igualdade entre as criaturas. Os exemplos são muitos.
Jesus jamais pregou violência em qualquer circunstância. Do amor, do verdadeiro amor, falava.
Então, uma espécie de cegueira parece obnubilar a visão de nossos irmãos, que não conseguem perceber o que está acontecendo.
Por outro lado, temos alguns valorosos trabalhadores do passado, da seara Cristã, que historicamente percorreram o mundo no exercício digno de ensinar, mas que hoje, trstemente sucumbiram à doenças morais como a vaidade, permitindo-se agraciar com loas materiais, que nada significam na espiritualidade que pretenderam infundir, servindo de suporte lamentável a governantes cruéis e indignos, que só querem tirar vantagem dos postos alcançados, mentindo, enganando, destruindo e fazendo sofrer mais e mais o povo trabalhador, deixando-o à míngua dos mínimos serviços e direitos que lhes diz respeito.
A fome voltou, e, se continuarmos a ignorar nossa responsabilidade social, buscando colocar nos postos chaves do poder temporal, homens mais dignos e mais humanos, ela não só continuará fazendo vítimas, mas aumentará sobremaneira.
Quero dizer que não bastam os comuns repasses de uma cesta básica uma vez por mês ou semana, que os problemas do pobre se resolverão; isso o mais não faz do que debelar momentaneamente a fome de alguns, mas os problemas gerais permanecerão insolúveis.
Penso que como Jesus, deveríamos participar com proximidade e mais responsabilidade nas questões políticas e sociais da nação, pois o tempo urge. Fora com os tabus de antanho, política é para os homens do nosso tempo, eis que necessária para a organização das nações.
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Um excelente texto. Aproveito o espaço para parabenizar os amigos de doutrina espírita, que não comunga de pensamentos e atitudes que vão na contramão do que pregou Jesus. Paz e bem para todos…
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Você está certíssima!!
Lamentável!! E ainda somos obrigados a ouvir de companheiros espiritas argumentos inaceitáveis de adoração a esse crápula de presidente!
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Gostaria de saber mais sobre esses grupos de discussão política. Também sou espírita e esse movimento reacionário dos espíritas me incomodam muito.
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Como vocês são inteligentes. Parabéns. Fizeram eu entender que Bolsonaro queria simpatizantes conquistando o líder e assim todos os espíritas. Mas a atitude de Divaldo está correto, mostrou educação e que a Doutrina não deve rejeitar nenhuma criatura, nem mesmo o malfeitor, como fazia o Cristo. Seu jeito sirva de exemplo diante a discriminação. Quanto ao receio incutido nos Espiritas de assuntos polêmicos e o lançamentos de trabalhos sociais cabe a cada um de nós. Já que há mentes brilhantes, comece já, sem medo. É tempo de revelação e há pressa…para que a obra fique pronta. Sou vossa companheira.
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