Há conturbações sociais em andamento em todo o mundo.
No geral, essas conturbações ocorrem por diferentes pontos de vistas e pelos embates dos grupos que tentam se sobressair em relação um ao outro. Atualmente, mais do que nunca, fala-se da aceitação do outro e, principalmente, se esse outro for diferente de você. Porém, os antagonismos estão cada vez mais fortes no dia a dia das sociedades, cada vez mais aqueles que podem mais buscam subjugar os desfavorecidos, seja por meio da força ou do poder econômico.
Essa situação, sob o olhar espírita, é inconcebível.
A resposta 54 do Livro dos Espíritos é contundente: Todos os homens são irmãos em Deus porque são animados pelo espírito e tendem para o mesmo alvo.
A resposta é forte e clara, não deixa qualquer margem de dúvida sobre a inexistência de qualquer característica distintiva de superioridade de alguém em relação a qualquer outro e, ao dizer que somos irmãos em Deus, indica a fraternidade como a base de nossa convivência.
Certamente alguns podem dizer que existem irmãos bons e irmãos ruins, e insistir em que não é bem assim o caso, de sermos todos iguais. Infelizmente para esses que não se convenceram da igualdade entre todos os humanos, a segunda parte da resposta completa o pensamento com argumentos irrefutáveis quanto à necessidade de pararmos de buscar diferenças onde não há: todos nós somos aminados pelo espírito e tendemos para o mesmo alvo.
A imortalidade do espírito, nossa individualidade preservada, e a reencarnação e o processo evolutivo resultante dela abrem percepções de entendimento do hoje e da eternidade, que colocam nosso pensamento em perspectiva diferente caso tivéssemos somente essa vida para viver. A partir dessa perspectiva ampliada, o outro torna-se aquele que hoje ajudamos e o que nos ajudará no futuro. Além disso, vale pensar nas tantas pessoas de que ainda nem tomamos conta da existência, mas que no futuro seremos interdependentes para atingirmos o objetivo em comum.
Na prática, hoje, se quero me alinhar com Deus e seus propósitos, devo primeiramente olhar meu próximo, o outro, como um irmão, a quem devo ajuda e apreço, acolhimento e respeito, e a partir daí buscar as transformações no mundo, que me afastam desse tipo de sentimento.
Se o mundo me afasta do próximo, há algo de errado no mundo e não no próximo; não temos que fazer o outro se ajustar à nossa visão de mundo, temos que ajustar o mundo para caberem todos com harmonia, dignidade e com as condições de cada um seguir seu caminho em busca de seu fim, junto a Deus.
Alexandre Mota
No livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, o espírito Platão afirma: a maioria das discussões gira em torno de palavras. São guerras de palavras, não de raciocínios. Quando alguém fala que todos somos iguais, provavelmente, esteja querendo dizer que todos temos as mesmas oportunidades, todos estamos submetidas as mesmas leis, ninguém deve se sobrepor sobre o outro. Se alguém diz que somos iguais porque temos a mesma inteligencia, a mesma bondade, o mesmo direito de ser atendido em um pedido, então, está muito enganado. Jesus disse que a cada um será dado de acordo com suas obras. Em o Livro dos Espíritos temos a afirmação de que existe uma hierarquia espiritual e que os espíritos superiores tem uma ascendência irresistível sobre os espíritos mais atrasados.
Por que criamos dificuldades por palavras? Por que criamos diferenças onde elas não deveriam existir? Por que não explicarmos ao outro o que entendemos por ” iguais” antes de querer resolver o problema da intolerância gerando mais discussão?
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Resposta enviada pelo autor do texto (Alexandre Mota) – A questão da linguagem é um tema caro a Platão, porém mais tão caro quanto a linguagem à Platão temos a essencia das ideias, podemos ver isso no Mito a Caverna. Kardex também tomou muito cuidado com a linguagem, tanto que usou os neologismos espírita e espiritismo. No caso da questão 54, minha interpretação e o mote do artigo, relaciona-se com entender o que é sermos irmãos e compratilharmos o mesmo fim. Se somos iguais e tendemos ao mesmo fim, ao olhar o outro como aquele que tem o mesmo potencial que eu, inclusive com uma proximidade fraterna pela mesma origem, independente de sua situação moral, social, ou mesmo sua posição em suposta escala espírita ( a qual segundo Kardec é apenas uma referência e nenhum espírito se estacionaria em uma determinada posição nela), deve,, portanto , fazer-me entender que minha ação no mundo é de ajuste para que todos tenham condições de trilhar o melhor caiminho para nosso fim comum. Assim, voltando a linguagem e ao Mito da Caverna, e mesmo a outros pensadores, a verdade é um processo de descoberta e cabe a quem se libertou dos grilhões que o prendiam na caverna voltar e tentar trazer outros ao campo aberto e ver a origem das sombras, mesmo que isso possa levá-lo a morte, alias uma atitude fraterna e que mostra um pouco da responsabilidade daqueles que adiantaram em relação aos outros. Esse foi o mote do artigo, espero ter trazido outro ponto de vista e para análise., agradeço sua participação e sua pontuação.
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Quando desejamos ou nos consideramos melhores que os outros é o orgulho, e quando menos, é falta de autoestima.
Ninguém é igual, mas buscar ou gostar da superioridade é coisa do ego.
Foi isso que me veio a mente quando li o texto.
Um abraço e sucesso com seu Blog.
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